sexta-feira, 21 de julho de 2017

Chocolate era uma delícia cultivada pelos índios astecas na América Central




Na Europa, o rei Carlos V tomou um pouco da bebida sagrada azteca e ficou meio extasiado

Luís Alberto Alves
Por causa da grande influência das multinacionais de alimentos, muitos imaginam que o chocolate veio da Europa. Engano. Ele era cultivado pelos índios astecas antes da colonização da América em 1492 por Cristovão Colombo.
Os astecas acreditavam que o deus Quetzacóatl, considerada a divindade dourada do ar, um dia voltaria. Segundo a lenda, Quetzacóatl teria plantado cacaueiros como dádiva aos imperadores.
Da semente extraída da planta, misturada ao mel e baunilha, os índios faziam uma bebida sagrada, o tchocolat (daí o nome chocolate). Para os astecas, o ouro e a prata tinham menos valor que as sementes de cacau, a moeda daquela época.
Dez sementes compravam um coelho e cem uma escrava. Os espanhóis, após chegar à América em 1519, anos depois levou a Europa mudas de cacaueiro. Antes plantaram nas Caraíbas, Haiti, Trinidad e África.
Na Europa, o rei Carlos V tomou um pouco da bebida sagrada azteca e ficou meio extasiado. Logo o tchocolat virou moda na corte. Durante mais de um século, a Espanha manteve o monopólio do cacau naquele continente.
Porém, o pulo do gato, que era a receita contendo açúcar, vinho e amêndoas poucas pessoas tinham conhecimento. Só mosteiros autorizados podiam produzir o tchocolat, que ganhou o nome espanhol de chocolate.
Originalmente ele era uma pasta grossa e amarga, mesmo misturado com açúcar. Para resolver a questão, o químico holandês Conraad Johannes van Houten se interessou pelo novo método de moagem das sementes.
Inventou uma prensa capaz de eliminar boa parte da gordura do vegetal, obtendo chocolate em pó, solúvel em água ou leite, mais suave ao paladar. Para aproveitar a gordura sólida  que sobrava da prensagem, 20 anos mais tarde a empresa inglesa Fry & Sons entrariam em ação.
Ela adicionou pasta de cacau e açúcar à massa gordurosa, produzindo a primeira barra de chocolate do mundo, mas amarga. Entrou em cena o suíço  Henri Nestlé. De suas experiências saiu a condensação do leite, processo até então desconhecido, que acabou usado por outro suíço, Daniel Peter, que fabricava velas de sebo. Mudou de ramo e misturou leite condensado para fazer a primeira barra de chocolate de leite. Detalhe: Peter morava no mesmo quarteirão de Nestlé.


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