Luís Alberto Alves
A vida é cheia de surpresas. De onde não imaginamos que
possa surgir algo de bom, prevalece as surpresas agradáveis. O delicioso Sonho,
que faz a festa das crianças nas padarias, principalmente por causa do recheio,
teve como ponta pé a Guerra da Prússia em 1756.
Quando o rei Frederico II, o Grande, recrutou parte da
população para combater o inimigo, entre os candidatos a soldados estava um
jovem ajudante de padeiro, selecionado para colocar balas nos canhões.
Logo, os militares perceberam que o rapaz não levava jeito
para função. Foi dispensado e retornou à padaria. Porém guardou na memória o
formato das bolas que se transformavam em balas para alimentar os canhões.
Ao fritar bolas de massa fermentada, em vez de assá-las,
como era o costume. Daí, surgiu o sonho, que ganhou o nome de Berliner, em
referência ao nome da cidade: os Berliners (Bola de Berlim). Não demorou para a
delícia ganhar o mundo da época.
Nos Estados Unidos, com um furo no meio, foi batizado de
Donut. Já no Brasil recebeu o nome de Sonho, por causa da combinação entre a
massa e o saboroso recheio.
Em Portugal, a “Bola de Berlim” é um bolo tradicional,
igual a Berliner alemã, só que recheada de doces vermelhos (morango, framboesa
entre outros), recheada com doce amarelo, conhecido como creme pasteleiro.
O recheio é colocado através de um golpe lateral, sendo
sempre visível. As Bolas de Berlim são fritas e polvilhadas com açúcar, antes
de serem recheadas com o creme pasteleiro. Em Portugal, é possível encontrar
bolas de Berlim na maioria das pastelarias, que, por vezes, também as
apresentam sem recheio.
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